domingo, 27 de setembro de 2009

BAILARINO D'AREIA

A vida nos une e nos separa
Num belo e fatal
Frio
Movimento de ondas
De mar

Como, digam-me
Como sorrir
E chorar
Alternadamente?

No rítimo vaivém
De águas ora doces
Outras vezes salgadas

Será o náufrago
Isolado numa ilha
Abençoado pela sorte
De viver para sempre
Além da morte
Sem encontros
Nem desencontros?

Inseparável de sua sombra
Leal companheira
E vice-versa
Como a estrela
É sua própria luz

Dias de sol
Noites de luar
O embalo da música
Soprada pelo mar

Orquestra a dança
Do bailarino d'areia

O corpo
Abraçado
Em seu próprio manto

Sem nenhum encontro
Mas distante
Muito distante
No longe oceânico
De qualquer desencontro












domingo, 6 de setembro de 2009

VELEIRO ALADO

Em veleiro alado
a pairar suavemente
navegaremos pelo espaço
pelos mistérios do tempo

Apenas nós dois
assim
ao vento

Nas lunetas
nossos corpos suspensos
no ar

A paixão
o abraço
beijos
ao luar

Flutuaremos
entre cores
de aurora boreal

No veleiro alado
lá em cima
[de onde chovem
todos os sonhos]
nos amaremos
em movimento lânguido
lento

Voaremos alto
acima dos fins

E ao som difuso
de clarineta
nos ofereceremos
na palma das mãos
faiscantes lantejoulas

Apenas nós dois
assim
ao vento