alva asa de lua
deslisa a garça
no azul
sobre o mar
de norte a sul
tudo é azul
tudo
exceto a suave graça
da solitária garça
a navegar o silêncio
de sua total brancura
aquela brancura das virgens
docemente impuras
aquela brancura das flores
da espuma
da areia
dos sonhos
aquela alvura do primeiro dente
do olhar vazio
redondo
que nos contempla o demente
sempre alva e levemente
eis que a garça voltei no ar
um acrobático 8
e
bailarina
pousa sobre uma pedra
sua alada pluma
imóvel, um gato dorme ao sol
serenos estão as águas
as folhas das amendoeiras
os ventos
parados estão
os relógios
pois não há mais pressa
nada se move
tudo cessa
ao longe alguém cantarola:
"...take me to the moon
and let me play among the stars..."
[e foi assim que morri]
domingo, 1 de agosto de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário