No gume agudo
do som violino
me solto mudo
Anestesiado
Sou abelha atômica
asas vulcânicas
vertiginoso vôo
invertido
Rumo a um poço
profundo
sem fundo
[do lado oposto
ao fim do mundo]
Vejo na mata
uma clareira
circular
Exatamente
no centro
do círculo
uma esfera
Espera
Feita de mil
camadas
sobrepostas
em misteriosa
simetria
Perfeita maestria
Lá
no centro
do círculo
somente
em eterno momento
um certo
silêncio
Aquele silêncio
da lonjura
do deserto
da loucura
Ao redor
da esfera
apenas o peso
de sua própria espera
Mas não só
Em frenética
coreografia
dança um gnomo
prateado
"O inferno é gelado
gelado e eterno
é o inferno"
canta rodando
em dança concêntrica
Abro lentamente
com paciência demente
uma a uma
mil camadas
Quanto mais profundas
mais inexistentes
Nem quentes
nem frias
Na última
salta súbito
do dentro
do núcleo
um fluxo de sono
magnético
absoluto
Envolve rápido
zás
minha mente
engole minha alma
no casulo
E leio
escrito em pergaminho
saído da espuma
da gosma
do canto gnomo
a palavra bailarina:
Samsara
sexta-feira, 31 de julho de 2009
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2 comentários:
Saia mais do seu casulo,a belhinha!
Voe e nos alegre os dias.
Voe e ganhe os céus
Voe e nos faça comopanhia!
Obrigada pelo carinho ue vc me dedica!
Beijo
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